A nova rodada de pesquisas –Datafolha e Ipec/Ypsos- segue mostrando que o presidente Lula não consegue sair do fundo do vale da avaliação do eleitorado sobre sua administração. A sua equipe avalia que uma recuperação passa por uma atuação direta dele nas redes sociais, principalmente whatsapp, mas até agora Lula segue resistindo a ter um celular e produzir mensagens curtas para falar diretamente com a população.
A avaliação anterior, de que a desaprovação do desempenho de Lula também tinha como explicação o fato de a população não ter conhecimento dos principais programas do governo, já não justifica mais a queda na aprovação presidencial. São as seguidas crises desde o final do ano passado que derrubaram a aprovação de Lula, agravada pelo seu distanciamento das redes sociais.
Lula havia prometido à sua equipe que estava disposto a mudar. Até agora, porém, o presidente não deu nenhum passo para ter um celular na sua mão para fazer essa interação direta com a população. "Ele é que tem esse poder, mas resiste a adotar essa estratégia", diz um assessor.
A única notícia boa dessa última rodada de pesquisas foi um início de recuperação entre o eleitorado de baixa renda e no Nordeste. No eleitorado de classe média, no entanto, a rejeição a Lula se agrava a cada levantamento dos institutos de pesquisas. Segundo assessores, neste caso é a prova de que a atuação da direita bolsonarista nas redes sociais, explorando crises como a o Pix, INSS e aumento de tributos, tem tido um grande efeito.
Não é só no campo digital que a presença de Lula é requisitada. No da política também há reclamações. Líderes reclamam que o presidente sempre promete estar mais perto dos parlamentares, faz alguns movimentos, mas não entra em campo diretamente. O resultado, segundo líderes, é a sensação de que a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, está isolada na articulação política.
Lula, segundo líderes, precisa mudar seu comportamento rapidamente para garantir, por exemplo, a aprovação da medida provisória que substitui o aumento do IOF. "Só ele pode salvar essa MP", diz um líder governista.
Publicada por: RBSYS