Operação Cidade das Esmeraldas foi realizada nesta sexta-feira (6) em Macapá. Ação foi um desdobramento da Operação Queda da Bastilha. Operação Cidade das Esmeraldas
Polícia Federal/Divulgação
Nesta sexta-feira (6) a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco) realizou a operação Cidade das Esmeraldas com o cumprimento de 12 mandados de busca e apreensão e cinco de prisão em Macapá, Belém, Rio de Janeiro, Curitiba e Santa Catarina.
Um dos investigados é o juiz João Teixeira de Matos Júnior, afastado da Vara de Execuções Penais de Macapá. A ação também mirou advogados e membros de uma facção criminosa atuante no Amapá.
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Esquema criminoso
Juiz João Matos Junior
Rede Amazônica/Arquivo
De acordo com a polícia, as investigações apontam indícios de que o juiz, por meio de advogados e servidores do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen), recebia benefícios para deferir pedidos a favor de apenados do sistema prisional.
A polícia informou ainda que algumas dessas decisões favoráveis não passaram pela análise do Ministério Público do Estado (MP-AP), o que demonstra indícios do esquema criminoso. Em 2022, foi realizada a operação Queda da Bastilha, que deu início às investigações sobre o esquema.
Operação Queda da Bastilha
Delegado e policial penal presos escondiam celulares em livro e em rádio - 2ª fase da operação 'Queda da Bastilha'
MP/Divulgação
A investigação apontou indícios de um esquema onde advogados recebiam dinheiro de faccionados para pagamento de servidores do Iapen. Esses servidores conseguiam atestados falsos com médicos para conseguir liberação dos presos e ajuda nas fugas desses criminosos.
À época, em 2022, o delegado da Polícia Federal (PF), Davi Sobral, informou que toda a operação iniciou a partir da ação em que foi encontrada uma caixa de papelão na cozinha do presídio com o carregamento de onze quilos de drogas, uma arma de fogo calibre 38, com a numeração raspada, 66 munições e 58 celulares, e que de acordo com a investigação, seriam colocados dentro de marmitas.
O principal alvo da operação era o delegado Sidney Leite, que era titular da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes da Polícia Civil do Amapá e estava licenciado do cargo para concorrer a uma vaga de deputado estadual nas eleições de 2022 pelo PTB.
Em conversas interceptadas pela polícia, Sidney Leite aparece conversando sobre um carro blindado, e sugere até a própria casa para abrigar "Tio Chico” quando ele saísse do presídio.
Delegado titular da DTE, Sidney Leite
Polícia Civil/Reprodução
A investigação chegou aos supostos esquemas a partir da prisão de uma nutricionista em fevereiro. Na época, ela foi flagrada por câmeras de segurança facilitando a entrada de drogas, armas e munições, além de celulares no presídio. Ela era funcionária de uma empresa terceirizada que fornecia alimentação aos presos.
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Em outubro deste ano, o delegado foi demitido e condenado a mais de 10 anos de prisão. A decisão foi do juiz Luís Guilherme Conversani, da 3ª Vara Criminal e da Auditoria Militar do Amapá.
A PF informou que os agentes ainda estão em diligências pela capital nesta sexta-feira. Fazem parte da operação a Polícia Militar (PM), Polícia Civil e a Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Estado (Sejusp).
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Publicada por: RBSYS