Vice substitui Lula, que passou por cirurgia na cabeça. Colegiado reúne ministros, empresários e ativistas que auxiliam o governo a pensar políticas públicas. O vice-presidente Geraldo Alckmin presidiu a reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável, conhecido como 'Conselhão', nesta quinta-feira (12). O encontro ocorreu no Palácio Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores.
Alckmin assumiu o comando do colegiado na ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que permanece internado em São Paulo, após passar por uma cirurgia na cabeça e por um procedimento médico para evitar novos sangramentos (leia mais abaixo).
O Conselhão é um grupo que reúne ministros, empresários e ativistas que discutem e sugerem ao governo políticas públicas em diferentes áreas. O conselho é vinculado à Secretaria de Relações Institucionais da Presidência (SRI).
O encontro é o quarto do tipo desde que o órgão foi recriado por Lula em 2023.
O governo preparou para o encontro assinaturas de decretos, sanções e acordos de cooperação, além da apresentação de investimentos em projetos industriais de bioeconomia, descarbonização e transição e segurança energéticas.
Lula passa bem e se recupera após novo procedimento
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino participou do encontro representando o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso.
Dino recebeu um documento da Comissão de Direito e Democracia do Conselhão, em reconhecimento ao trabalho do Supremo pela defesa da Democracia.
Dino agradeceu o reconhecimento dado ao Judiciário e destacou importância da atuação da Corte.
"Nós não podemos imaginar um Supremo, um Poder Judiciário, que esteja intimidado, que esteja acovardado.", pontuou o ministro.
"O debate sobre o ativismo. 'Ah o Supremo é muito ativista'. Eu, nestes poucos meses que lá estou, cheguei a uma conclusão: normalmente essa crítica ao ativismo vem daqueles que não gostam da decisão do Supremo. O Supremo quando decide agrada alguém e desagrada alguém. Esse que é desagradado diz: 'o Supremo se mete em muita coisa'. Mas quando o Supremo decide num sentido convergente aos interesses de A ou B, aí o Supremo está certo. Infelizmente nao é esse tipo de debate que vai determinar em uma decisão judicial. O Judiciário que for silenciado ou amordaçado, só é possível em regimes ditatoriais", argumentou Dino.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, recebeu uma moção de apoio às medidas de ajustes de gastos entregue por um grupo do Conselhão.
Cirurgia de Lula
A reunião do Conselhão constava na previsão de agenda de Lula para esta semana. O presidente criou o colegiado em 2003, em seu primeiro mandato, e o reativou em 2023, já que o órgão havia sido extinto no governo de Jair Bolsonaro (PL).
Lula não pôde participar da reunião porque foi submetido às pressas a uma cirurgia na madrugada de terça-feira (10), após se queixar de fortes dores de cabeça.
Lula foi operado em São Paulo, no Hospital Sírio-Libanês, onde permanece internado, com previsão de alta na próxima semana.
A cirurgia drenou um sangramento na cabeça do presidente, fruto do acidente doméstico que ele sofreu há dois meses, no banheiro do Palácio da Alvorada. Na ocasião, Lula caiu enquanto cortava as unhas dos pés. Ele bateu a cabeça e precisou levar cinco pontos na região da nuca.
Nesta quinta (12), o presidente ainda passou por "procedimento endovascular de embolização de artéria meníngea média". O objetivo é evitar um novo sangramento na cabeça.
Segundo a equipe médica não se trata de uma cirurgia, mas de uma intervenção que faz parte do protocolo pós-cirúrgico. Após o procedimento, o médico Roberto Kalil informou que o presidente passa bem, que está acordado e conversando.
Publicada por: RBSYS
