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Uma das plantas mais raras do mundo ganha chance de sobrevivência com projeto de Holambra, SP

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Uma das plantas mais raras do mundo ganha chance de sobrevivência com projeto de Holambra, SP

'Philodendron spiritus-sancti' será reintroduzido na natureza com apoio de tecnologia e colaboração entre instituições botânicas. Projeto visa colaborar com reinserção do Philodendron spiritus-sancti no seu habitat natural, no Espírito Santo Jardim Onírico Uma iniciativa inovadora, liderada por uma produtora de plantas ornamentais de Holambra (SP) pode mudar o destino de uma das espécies mais raras do mundo: o Philodendron spiritus-sancti, planta endêmica do Espírito Santo e criticamente ameaçada de extinção. Mais do que uma ação comercial, o projeto tem como foco a conservação da espécie. Há um compromisso com a reintrodução de exemplares no habitat natural, em parceria com órgãos ambientais. A empresa vai destinar 5% do lucro líquido das vendas para pesquisas científicas e ações de conservação da espécie. Philodendron spiritus-sancti é uma das espécies mais raras no mundo Jardim Onírico “Estamos trabalhando em parceria com a Sociedade Brasileira das Aráceas e pesquisadores botânicos para viabilizar a reintrodução da espécie em áreas nativas. Nosso objetivo é mostrar que tecnologia e conservação podem caminhar juntas”, afirma Déborah Acosta, idealizadora do projeto. “Utilizamos inovação para atender o mercado de forma responsável, mas também para contribuir com a recuperação do que foi perdido na natureza”, completa, reforçando que nenhuma das mudas utilizadas foi retirada do ambiente natural. A planta é considerada criticamente ameaçada de extinção, segundo a Lista Vermelha da IUCN Jardim Onírico De acordo com Déborah, num primeiro momento eles vão financiar um projeto que visa devolver para o habitat natural algumas plantas que foram apreendidas do tráfico ilegal na época da pandemia. Em paralelo a isso, eles estão desenvolvendo na estufa quatro genéticas diferentes da espécie para que, no futuro, a reintrodução seja feita da forma correta, respeitando os critérios técnicos e com diversidade genética. “Por isso exige um pouco mais de tempo, eu não posso simplesmente pegar as plantas que estou multiplicando agora e devolver para a natureza, porque são todas geneticamente iguais. Nosso objetivo é apoiar projetos de pesquisa, reflorestamento e conservação, mas sempre respeitando os critérios técnicos para garantir que a reintrodução seja feita da forma certa”, reforça. Pela primeira vez, a espécie será reproduzida em escala comercial por meio da tecnologia de cultura de tecidos, e o feito será apresentado ao público entre os dias 13 e 15 de julho, durante o 32º Enflor e a 20ª Garden Fair, em Holambra (SP). Do colecionismo ao combate ao tráfico Durante a pandemia, o Philodendron spiritus-sancti ganhou notoriedade e passou a ser cobiçado por colecionadores internacionais. Com poucas unidades em estado selvagem e nenhuma produção em laboratório até então, a planta foi alvo de coleta ilegal e chegou a ser vendida pela cifra de R$ 150 mil no exterior. Foi diante desse cenário alarmante que Déborah decidiu investir em uma alternativa sustentável. Mudas de Philodendron spiritus sancti apreendidas pela Polícia Federal em aeroporto no Acre POLÍCIA FEDERAL “Por ter sido muito falado durante a pandemia e estar em risco de extinção, começamos a desenvolver um trabalho em 2020, tanto na produção das mudas como na regularização da planta no Ministério da Agricultura”, explica. Colecionadora apaixonada por espécies tropicais, especialmente da família das Araceae, Déborah mobilizou sua rede de contatos e contou com a parceria de instituições como o Jardim Botânico Plantarum (SP), o Instituto Inhotim (MG) e colecionadores de Florianópolis e Holambra. As matrizes do Philodendron spiritus-sancti cedidas por esses parceiros serviram de base para a multiplicação da espécie em laboratório. Philodendron spiritus-sancti é uma espécie endêmica da Mata Atlântica da região serrana do estado do Espírito Santo, conhecida pelo formato incomum de suas folhas e seu valor ornamental claudiameyer/iNaturalist Conheça a espécie Philodendron spiritus-sancti é uma espécie que pertence à família Araceae, a mesma da costela-de-adão, da comigo-ninguém-pode e dos antúrios. É uma planta endêmica da Mata Atlântica da região serrana do estado do Espírito Santo, conhecida pelo formato incomum de suas folhas e seu valor ornamental. Até 2023 apenas três populações naturais da espécie eram conhecidas, o que nos mostra uma distribuição muito restrita. Philodendron spiritus-sancti é uma espécie que pertence à família Araceae, a mesma da costela-de-adão, da comigo-ninguém-pode e dos antúrios Marcos Mortara/iNaturalist “O declínio populacional pode ser explicado pelo desmatamento e consequente redução e fragmentação do habitat que a Mata Atlântica vem sofrendo, aliado a sobrexploracão da espécie para fins comerciais”, explica a bióloga e botânica Carol Ferreira. Ela está “em perigo” na Lista Vermelha do Centro Nacional de Conservação da Flora, principal instituição brasileira a monitorar as espécies de plantas ameaçadas. Como funciona a cultura de tecidos A cultura de tecidos é uma técnica de clonagem vegetal que permite produzir milhares de mudas em ambiente controlado. No laboratório, cada exemplar cresce sob condições ideais de luminosidade, temperatura e nutrientes. A cultura de tecidos é uma técnica de clonagem vegetal que permite produzir milhares de mudas em ambiente controlado, sob condições ideais de luminosidade, temperatura e nutrientes Déborah Acosta “A cultura de tecidos é uma forma de produzir mudas de forma mais controlada e em grande volume. É um ambiente onde damos as condições que a planta necessita para que a produção seja mais eficiente”, detalha a produtora. Apesar da expertise e dos bons resultados, o processo não foi simples. “O maior desafio é entender como a planta funciona em produção de larga escala dentro do laboratório”, diz Déborah. Até agora, cerca de 10 mil mudas foram produzidas. Até o momento, cerca de 10 mil mudas já foram produzidas em laboratório Déborah Acosta Venda legalizada e combate ao extrativismo A comercialização das mudas, que serão vendidas com toda a documentação exigida pelo Ministério da Agricultura, será feita exclusivamente por meio da Cooperativa Veiling Holambra, garantindo a distribuição nacional da planta de forma segura e legal. “O propósito deste trabalho é tornar a planta acessível para o público e até para o uso no paisagismo, com plantas regulamentadas, e com isso desestimular o extrativismo no seu habitat natural”, reforça Déborah. Declínio populacional pode ser explicado pelo desmatamento e consequente redução e fragmentação do habitat que a Mata Atlântica vem sofrendo agujaceratops/iNaturalist Com preços bem abaixo dos praticados no mercado ilegal, Déborah aposta que o acesso legal à planta pode frear o tráfico e estimular a valorização de práticas sustentáveis. Novas espécies no radar Motivada pelo sucesso do projeto com o Philodendron spiritus-sancti, Déborah já estuda a conservação de outras plantas nativas ameaçadas. “Mesmo com os riscos e custos de produção, estamos trabalhando com outras variedades de plantas e pretendemos continuar com esse trabalho. Por enquanto, são variedades que estamos estudando e testando na produção. Futuramente, compartilharemos”, conclui a produtora. VÍDEOS: Destaques Terra da Gente Veja mais conteúdos sobre a natureza no Terra da Gente

Publicada por: RBSYS

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